Cão da Serra
da Estrela
Resultado de
uma tradição artesanal de preservação genética, é
considerada uma das raças caninas mais genuínas e
antigas da Península Ibérica. Apesar do seu tamanho é
dócil, corajoso e um amigo fiel. Na época de invernia em
que os rebanhos, na busca de alimento, eram obrigados à
prática da transumância para locais a grande distância,
o cão da Serra da Estrela era o guardião atento na
defesa contra as feras e assaltantes.
Esta raça
apresenta-se em duas variantes: de pêlo curto e de
comprido, com grande estatura e um peso que oscila entre
os 40 e 50 Kg. A cabeça é forte e volumosa e as orelhas
pequenas e pendentes. A boca é grande com dentes fortes,
o peito é arqueado e o abdómen bem proporcionado à sua
corpulência e a cauda é comprida, grossa, formando
gancho na ponta. Forte e destemido, é um cão de guarda
por excelência.
Ovelha, Cabra
e Vaca
Por volta de
Abril, quando as neves começavam a derreter, os rebanhos
iniciavam a subida para a Estrela. Vinham do sopé da
Serra, das terras baixas do Norte (Fornos de Algodres,
Sátão, Nelas, Gouveia, Arganil, Oliveira do Hospital),
da Cova da Beira, do Alentejo e mesmo de zonas
fronteiriças espanholas. Com os primeiros ventos frios
de Outono, os rebanhos desciam até ao Baixo Alentejo
(campos de Ourique), campos do Mondego, junto a Coimbra
e para as campinas de Idanha.
Actualmente o
efectivo ovino da Estrela já desceu para menos de metade
do que era em meados do século. A transumância faz-se em
camiões, mas alguns proprietários de São João do Campo e
Oliveira do Hospital ainda seguem para o Baixo Mondego,
Covilhã ou Nelas. No Verão ainda se sobe ao Montemuro e
ao Baixo Douro. A importância da lã como matéria-prima
esbateu-se. Esteve na origem de importante indústria de
lanifícios - manufactura de panos - cujo centro era a
Real Fábrica de Panos na Covilhã. O leite de ovelha foi
sempre o produto base para o fabrico artesanal do queijo
da Serra, parte importante do qual é actualmente
produzido em moldes industriais.
Javali
Apresentando
formas e proporções corporais inconfundíveis, o javali é
a espécie de caça maior com a mais ampla representação
em Portugal. Podendo atingir 1,70 m de comprimento e 140
Kg de peso, o javali ostenta uma silhueta compacta e
poderosa, com membros relativamente curtos e fortes,
ausência aparente de pescoço e uma grande cabeça
afunilada, que lhe confere um aspecto sólido e
resistente, bem complementado por uma pelagem bastante
farta e rude, constituída por pêlos mais ou menos
compridos (cerdas).
Nesta espécie,
o dimorfismo sexual manifesta-se não só no tamanho e no
peso (o macho é maior e mais pesado que a fêmea), mas
também por diferenças na própria estrutura óssea, de que
ressaltam no macho, entre outros aspectos, a cabeça mais
larga e menos afunilada e a existência de caninos ou
presas extremamente desenvolvidas que servem
principalmente como arma. Estes dentes-navalha (caninos
inferiores) e amoladeiras (caninos superiores)
constituem o troféu da caça.
Tal como o
porco doméstico, também o javali é um animal omnívoro.
Assim os elementos constituintes da sua dieta são
frutos, raízes, bolbos, tubérculos, partes de pequenas
plantas, larvas de insectos, pequenos vertebrados
(ratos, láparos e lebrachos), ovos e mesmo cadáveres de
outros animais. No entanto é de realçar uma preferência
nítida por bolotas, castanhas e cereais, o que leva à
incompatibilidade com explorações agrícolas, dado o
risco de prejuízos de monta para os agricultores.
Aves:
Melro-de-água
Perdizes
Faisões
Peixes
Truta
arco-íris - As características da água acima dos 1500
metros, nomeadamente as temperaturas baixas e a elevada
quantidade de oxigénio dissolvido, são propícias à truta
arco-íris. Esta é semelhante à truta do rio,
distinguindo-se da mesma principalmente pela coloração e
pelas escamas mais pequenas.
Escalo do
Norte (bordalo) - Possui um corpo alongado de cabeça
grande com boca relativamente pequena.
Répteis
Lagarto-de-água
- Encontra-se por todo o Planalto Central mas é mais
abundante nas zonas de menor altitude.
Lagartixa-da-montanha
(Lacerta monticola)
-
Apenas existe no Planalto
Central da Serra da Estrela e corresponde a uma
população única no mundo, sendo mais abundante nas zonas
de maior altitude.
Cobra
austríaca (Coronella
austríaca) -
Apesar de se tratar de uma cobra rara em Portugal, pode
ser encontrada na Serra da Estrela geralmente acima dos
1900 metros de altitude.
Anfíbios
Salamandra
- Detectável essencialmente à noite quando vai depositar
as suas larvas em ribeiros.
Rã Verde
(Rana perezi) - Espécie típica das lagoas, dos
charcos e dos ribeiros de correntes fracas.
Rã
Castanha (Rana ibérica) - É um endemismo do Noroeste
da Península Ibérica típico dos ribeiros de águas
límpidas e correntes fortes.
Rela -
Espécie típica das pequenas lagoas e charcos. Durante a
época da reprodução ao fim do dia e durante a noite, os
machos cantam para atrair as fêmeas, formando-se grandes
coros (fim da Primavera).
Sapo -
Detecta-se principalmente em terra, debaixo de pedras,
deslocando-se à água apenas da reprodução, para aí
depositar os seus ovos.
Nas zonas de
maior altitude há uma maior abundância do sapo corredor,
nas de menor altitude encontra-se mais o sapo comum.
Tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscal) e
Tritão-marmorado (Triturus marmoratus) -
Encontram-se essencialmente à noite em charcos onde se
reproduzem e alimentam.
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